Galeria de fotos de algumas personalidades de Limoeiro que foram notícias em jornais. (Clique em mais informações para ver as fotos)

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Apresentação do Blog.

 

Este blog foi construído especificamente para os leitores que gostam da história dos nossos avoengos.

As fontes documentais pesquisadas, foram os jornais periódicos  do passado, como o Pedro II que durou de 1840 - 1889, A Constituição de 1863 - 1889, O Cearense de 1846 - 1891, Gazeta do Norte de 1880 - 1892, antes era o Libertador, órgão voltado para os interesses abolicionistas, O Retirante órgão das vítimas das secas de 1877, Revista Trimensal do Instituto do Ceará,  Almanak da Província do Ceará, Tribuna Católica, A República órgão do partido federalista de 1892, A Cidade de Sobral, A Época de Teresina, O Libertador do Pará e etc. Não quis fazer como fonte de pesquisa os cartórios e livros de tombo das igrejas, já muito vasculhados pelos pesquisadores, fugi um pouco desse modo natural de pesquisar o passado e fui em busca dos fatos e atos que ocorreram no Limoeiro noticiados pelos ditos jornais citados anteriormente

Alguns desses jornais aqui no Ceará surgiram na metade do século de XIX, e eram ligados a partidos políticos declaradamente, sempre colocavam na primeira página "Órgão Liberal ou Conservador". Os partidos tinham seus jornais para defenderem os seus aliados e atacarem os adversários do partido contrário. A maioria das notícias eram enviadas aos jornais por correspondentes que residiam na localidade onde o fato ocorria ou nas vizinhanças, e enviadas para o redator na forma de carta.

Aqui você vai encontrar nomeações de pessoas aos diversos cargos na politica, eleições, atividades comerciais, casamentos, aniversários, agressões, mortes por assassinatos e por doenças naturais da época e etc.

A organização das postagens dos fatos divulgados por cada jornal, foram inseridas da seguinte maneira neste blog, começando pelos assuntos mais antigas, até os tempos mais recentes, ou seja, de 1840 a 1957, mais de um século de valorosos esclarecimentos. São mais de 600 postagens de notícias que falaram de Limoeiro ou de pessoas que viveram nesta localidade.

Faça um proveito e tire suas dúvidas...


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Primeira Sesmaria: 1683 - Demarcação: 1703 - 15 Datas

         Este mapa mostra como foi feita a divisão das terras do Vale do  Jaguaribe aos 15 solicitantes do Rio Grande, demarcação feita em 1703:




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Esboço Antigo Concedido pela Província do Rio Grande

 ESBOÇO DAS TERRAS CONCEDIDAS PELOS ANTIGOS GOVERNADORES DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE, CUJA CAPITANIA COMPREENDIA A PROVÍNCIA DO CEARÁ.

O decreto que regula as Sesmarias (chamada Datas) nos rios, riachos e suas ilhargas, como se pode ver na ordenação do livro 4 tit. 43, concedeu a cada peticionário 3 léguas de comprido com uma de largo, meia para cada banda ou lado do rio ou riacho; e a esse tempo as terras da província do Ceará estavam incultas ou devolutas, máxime a ribeira do Banabuiú, de cuja Data vamo-nos ocupar, a fim de cientificar aos leitores, o direito de propriedade, adquiridos pelos datarios, uma vez que é prepotente e rico ambicioso quer extorquir ditas terras sob frívolos pretextos e com testemunhas insinuadas.

I

O rio Banabuiú corre de poente a nascente e se lança no rio Jaguaribe, sendo, todavia suas nascentes da serra Santa Rita em Maria Pereira (Mombaça), com um curso de 50 a 60 léguas, suas margens são cobertas de carnaubais e frondosos arvoredos, principalmente durante as secas: ao lado Norte de sua margem na distancia de 1200 braças, encontra-se um bosque montanhoso, cuja planície amena cortada de lagoas e rochas, próprios para açudes, produz excelente cana e toda qualidade de fruteiras e outro tanto respeito à criação, mormente ovelhas, gados e animais.

Principiaram sua primeira Data dos fundos da terra do Jaguaribe, isto é, meia légua distante de sua foz, onde está sito um marco de pedra, que antigamente se chamou – Danças – e hoje se diz - Bonifácio – cujo marco é a linha divisória de Norte a Sul das duas ribeiras; a saber, dos rios Jaguaribe e Banabuiú: desde referido marco para cima tirou o seu primeiro datario 3 léguas de comprido com uma de largo, sendo meia para cada banda do supradito rio – a saber – a primeira légua se chama – Danças – a segunda – Congo – a terceira – Santa Cruz.

Os frades do Monte Carmo, alcançaram por esmola d’El-Rei uma Data, denominada Monte do Carmo, nas Ilhargas, fundos ou terras adjacentes destas 3 mencionadas léguas do lado do rio da parte Norte; a saber do referido marco – Danças – para cima e nelas fizeram suas posses dentro do quinquênio, em 1707 a 1708, constando de casas, fazenda de gados, currais e açudes, cujos restos ainda hoje existem, sendo seu proprietário o ilustre fazendeiro João Rodrigues Lima.

Em 1707 foi enviado por ordem régia o desembargador Christovão da Rocha Reimão para a Província do Ceará, a fim de demarcar e tombar as terras, como de fato demarcou e tombou as terras do rio Jaguaribe até o lugar Nazário, na povoação de S. João e deu princípio a demarcação do rio Banabuiú – somente as 3 léguas da primeira Data do supra dito rio. Aqueles mencionados frades assistindo as demarcações do referido piloto desembargador, no lugar onde possuíam sua referida Data, vieram ao conhecimento que havia terras devolutas contíguas a sua Data, imploraram a El-Rei, não só a retificação da Data, já concedida, como pediram uma nesga ou sobras das terras, que se achavam contígua a sua Data do referida marco – Danças – para baixo, o que lhes foi concedido, sendo que as sobras das terras estão citas entre os fundos das léguas do Limoeiro, Malhada d’ovelhas e Sapé do lado do poente ou do Norte e os fundos das terras da Data do Pixopá do lado do nascente.

II

A segunda Data, na referida ribeira, compreende as 3 léguas denominadas- Onças, - Bento Pereira, - e Patos – na mesma ordem da primeira Data e outro tanto  em suas Ilhargas. Também para o lado do norte, se acha uma Data, denominada – Riacho da Cachoeira, a qual Data abrange as Ilhargas das mencionadas 3 léguas do marco que antigamente se chamou Carnaubal e hoje se chama - Raposa para cima.

III

A terceira Data, na referida ribeira, compreende as 3 léguas denominadas – Cruz Nova,  - Tapera, e Alagoa Grande, - e outro tanto ao lado Norte. Existe nas suas Ilhargas, uma Data, denominada Riacho da Urueira, cujo titulo abrange as Ilhargas das referidas 3 léguas e nessa ordem segue até as nascenças do supradito rio Banabuiú.

Todos possuidores desta referida ribeira ainda se conservam pelo mesmo teor de seus antepassados, isto é, com uma légua de comprido com outra de largo, sendo meia légua para cada lado a exceção, porém, da légua de Dança a qual foi alterada com uma légua para um lado do rio em consequência de uma escritura extraída em 1843 ou 1844 pelo atual escrivão do Aquiraz, cujo caráter é quantum satis; quando antes, se conservava na ordem dos mais posseiros.

            Os posseiros da beira do rio têm perturbado aos seus vizinhos, Srs. da Data das Ilhargas, em consequência de um titulo extraído em 1843 da extinta, e antiga comarca d’Aquiraz pelo atual escrivão, cujo serventuário é (quantum satis). Este título ou escritura vai muito de encontro à ordem das Datas concedidas naquela ribeira, quando reza uma légua por banda, isto é, para o lado Norte, devendo rezar meia e assim lembramos ao Exmº Sr. Presidente que faça recolher alguns livros antigos, que deveriam estar arquivados na secretaria do Governo, pois que a pouco aquele escrivão, copiou a escritura da légua das Danças com uma légua da beira do rio para o Norte, cujo titulo tem perturbado aos outros datários, que querem usurpar meia légua, que de direito pertence a outra Data limítrofe. 

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De acordo com Revista Acadêmica Cearense a fazenda Dancinhas, no município do Limoeiro, apareceu muito depois de Danças, sitio do tempo do donatário Fr. Manoel de S. Gonçalo, do convento de Goyana, que lhe deu esse nome, como da sesmaria. 

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O rio Salgado deve-se esse nome a um colono aventureiro que em antiquíssimos tempos percorreu-o desde as suas cabeceiras, do mesmo modo que um riacho em Russas tomou o nome de Palhano. O rio Palhano tomou esse nome de um português deste nome, que possuía terras em suas margens. 

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Jornal Pedro II, 20 de outubro de 1847

 

Ilmº. e Exmº. Sr. – Esta câmara, Exmº  Sr. , cônscia de sua dignidade, zelosa dos direitos do seu município, não quer, não deve e não pode deixar em silencio o mais insólito e inaudito procedimento praticado nesta vila por ocasião das eleições dos eleitores que tinham de votar em 2 senadores por esta província pela vaga, que deixaram os Conselheiros Manoel do Nascimento Castro e Silva e Marquez de Lages, certa como esta de que em V. Excª. deve achar o maior acolhimento, assim como o remédio, senão a reparar o mal feito, ao menos a evitar sua repetição, pois, quando pode o exemplo, não precisa desenvolvimento, se é que V. Excª.  quer eleições, não pretende nomeação de eleitores.

Breve esta câmara, Exm. Sr. , na exposição dos sucessos ocorridos desde o dia 3 do p. p mês, em que aqui chegaram o Bacharel Hypolito Cassiano Pamplona, bem conhecido pelo roubo da urna das Pratas do Aracaty e o outrora comandante do destacamento da cidade de Sobral, o Alferes Bento Ferreira Marques Brasil, confidentes do 1º vice-presidente da província o Sr. João Chrisostomo d’Oliveira, porque desde esse dia trocou-se o susto, o terror, a confusão pelo sossego em S. Bernardo. Os dias grandes Exmº Sr. tem suas vésperas e por isso o dia 3 de outubro, que era o dia das eleições  nesta vila, o dia do Sr. Chrisostomo devia ter as suas e assim sucedeu com efeito; porque as ameaças de prisões, promessas de espancamento, indigitados de surras, não esquecendo os costumeiros ralhos de recrutamento propalavam-se todos os dias, a cada hora, a cada momento contra os habitantes deste termo; com mais largueza e profusão porém contra os moradores desta vila, onde o governo conta com 5 adeptos, incluindo-se neste número 2 velhos septuagenários, nem se omitia  contra os diversos empregados e a remoção nos que não podiam ser demitidos, e bem que depois se retirasse o mencionado Bacharel, enviado do Sr.João Chrisostomo, nada faltou para consecução do fim atingido; porque na vila os soldados de 1ª linha, armados de um modo brusco e nunca visto, munidos de peias na patrona pretenderam sufocar na injuria e no aviltamento os cidadãos de coragem mais honrados; e na povoação do Limoeiro que daqui dista 5 léguas antes das eleições também no dia 11 do p. p. mês, seus habitantes, que, com uma outra exceção, são desafetos ao Governo foram, depois de cercadas suas casas, injuriados com toda a casta de impropérios, tal como era de esperar das lições do Sr. João Chrisostomo, mas, com reprovação até dos homens de bem do lado do Governo.

A guerra, Exmº Sr. , não é tão incomoda, quando franca e leal, como as desordens sucessivas feitas muito de propósito em vista a conquista eleitoral, em que o 1º. Vice-presidente e seus celerados emissários tinham a mira e o mais é que para as de 7 de novembro é que nos promete maiores fúrias apoiadas em aumento de força!

Avizinhavam-se as eleições e na razão direta de sua aproximação cresciam os desatinos, por que também se manifestando ia, apesar de tudo, o firme proposito do povo de preferir a morte a preterição do seu voto e então reaparecendo o dito Bacharel nesta vila na ante véspera das eleições redobrou todos esforços fazendo na véspera delas partir uma escolta de 22 soldados de 1ª linha a encontrar e dispersar os desafetos, que em nº de mais de 300 concorriam sem armas a dar o seu voto em quem entendiam o merecer-lhe, tudo sobre o pretexto de trazerem armas, quando armados em grande número entraram todos os homens do governo, todas as pessoas reputadas da afeição do Sr. João Chrisostomo, este homem, que tirado do nada se acha mandando na província, impondo sua vontade em vez da lei e é assim que se protege a liberdade do voto! Quem tem maioria, Exmº. Sr., não recorre a violência, repara as vias de fato! Chegou o dia 3 de outubro, o dia das palpitações e dos remorsos do 1º vice-presidente e também da sua vergonha, uma grande maioria, conheceu-se logo contra o governo, e este conhecimento produzindo a incerteza dos bons resultados das violências apresentou um como que armistício sobre as hostilidades que até então sucediam umas as outras; porque o medo faz às vezes moderados, muito concorrendo para isso as instancias de alguns proprietários que tem de permanecer no termo e senão podiam julgar garantidos, como o Sr. Chrisóstomo contra suas agressões, reinou por algum tempo o silencia e dando-se começo aos trabalhos eleitorais, constituiu-se a mesa anti-governistas apesar das tramas deste fingirem doentes ou fazerem desaparecidos alguns eleitores, formou-se a mesa bem significativa da derrota do governo, porque nela não se via pessoa, que apoiasse a fraude, fizesse injustiça, nem tivesse a mínima condescendência; mas, os maus que não são bons por muito tempo, trataram de acometer a eleição e jogar a ultima carta, o uso da força bruta, certos como estavam do apoio do Sr. Chrisostomo que até depois disto mandara mais uns 30 facinorosos da cidade do Aracaty para barulhar as eleições e no 3º dia, quando já se achava a ultimar-se a 1ª chamada pelas 3 horas da tarde de ordem do alferes comandante da força de 1ª linha, e soldados vindo do Aracaty de combinação com o Bacharel Hypolito Cassiano Pamplona e mais alguns homens de sangue os soldados invadiram a igreja Matriz, gritando que não deixavam entrar senão os que votassem no governo e ameaçando levar a baioneta e espingardear os adversários, expelindo todas as pessoas que bem lhes apraziam e até o próprio sacristão foi obrigado a retirar-se depois de por ordem dos soldados fechar uma das portas de igreja, ficando a frente do restante da força o mencionado comandante que então dizia em altas e inteligíveis vozes – o alçapão está armado só faltam caírem dentro – e de sua parte ordenava o 1º emissário do governo as amazias dos soldados preparassem as trouxas para se embarcarem no sangue que estava a correr, este 1º emissário é o Sr. Hypolito!!

Em posição tão triste a todos os homens, que não são do calibre do Sr. vice-presidente, dos seus 2 emissários e mais alguns outros, maus como eles, como eles sem costumes, tomou o juiz de paz com 2 membros da mesa a deliberação de não irem a igreja para não caírem no alçapão do Sr. alferes Bento, e com vistas de evitar o dilúvio de sangue do Sr. Hypolito e onde se acharam nomeando outros membros da mesa espaçaram os eleitores até que se retirasse da vila a força do governo, única que provia a anarquia em vez de sustentar a ordem; porque era impossível ou inútil designar-se outro dia antes desta retirada, na forma da lei de 19 de agosto de 1846, art. 60, pela existência das mesmas causas, que deviam apresentar os mesmos oficiais; todo o resto da tarde esteve a vila em agitação, pois só porque Isaías Francisco de Oliveira aproximou-se da Matriz foi esmurrado pelos soldados, que faziam sentinela na Igreja e a urna, em quanto nele se faziam as devidas falsificações, por quanto ainda existindo atualmente as chaves em mãos de 2 mesários a urna foi aberta e uma apuração se fez das cédulas existentes e de mais alguns que se receberam sem que outra coisa conste da ata que fizeram.

A noite toda, Exmº. Sr., foi de agonia, sentinelas em torno da vila, rondas continuas, gritos d’armas foram os menores atos com que o governo quis em S. Bernardo divertir o povo; porque a noite um inventado ataque com 2 tiros que se mandou dar de proposito derramou a consternação por todas as pessoas, que ignoravam a trama e por toda oposição relampejava então e trovejava pelas ruas o alferes Bento, esbordoavam-se as portas de traz e de diante das casas em que estavam os desafetos do Sr. Chrisostomo depois que a uma chamada de campo deixaram de comparecer; porque nela só traduziam o derramamento do sangue em que o Sr. Hypolito desconsiderando o comprometimento dos amigos, pretendia embarcar-se para o Aracaty, a dar contas ao 1º vice-presidente da comissão de que o encarregara, a contar-lhe a historia de sua conquista em S. Bernardo.

Releva aqui dizer a V. Exc.ª. que apesar da deliberação da mesa pela intervenção da força e dos facinorosos do Aracaty pela nenhuma confiança que inspirava a urna, pois que só na manhã do outro dia quando devia ela estar pejada de listas introduzidas sem formalidades e ocultamento desamparam os soldados o posto da Matriz apesar do acordam  da mesa, tomada na ocasião, em que o povo espavorido começara a retirar-se sem votar, e pelo misterioso fato de fechar a porta da igreja, entrando apenas as pessoas do lado do governo, que bem lhes parecia os dois membros, que faltaram a esta deliberação, arvorados em mesa, arrogando as atribuições, que só competiam ao seu presidente, aceitando a presidência de Joaquim Fiuza Maia, juiz de paz do distrito de Jequi, termo da cidade do Aracaty, nomearam mais dois outros membros e com eles continuaram os trabalhos, que legalmente haviam sido suspensos, a pretexto de ausência, não só da parte do juiz de paz presidente como dos outros membros, que se achando no distrito não podiam nunca ser reputados ausentes, por estarem fora da vila, se é que ausência se podia dar depois da deliberação da mesa, que esta a envia a V. Excª. por copia e se falece a mesa, que assim deliberou, autoridade para o fazer pela falta de dois membros, que não quiseram comparecer de todo se desvanece a legitimidade do feito por estes dois membros, que receberam do juiz do Jequi; porque ainda desconsiderados que são unicamente dois membros, com falta do presidente, que é o regulador dos trabalhos, este juiz de paz do Jequi não tem autoridade para exercer atos de jurisdição em S. Bernardo; por quanto não pode ser reputado o juiz de paz do distrito mais vizinho, nos termos do aviso de 12 de dezembro de 1840 que diz – o juiz de paz do distrito mais vizinho é sempre um distrito do mesmo termo e Jequi não é do termo de S. Bernardo é sim do termo da cidade do Aracaty em semelhante hipótese legítimos seriam os juízes de paz do distrito de Taboleiro d’Areia, porque do distrito mais vizinho a esta, é estes e nem se quer foram procurados, estando entretanto eles dentro da vila.

Esta câmara, pois levam todas estas considerações ao conhecimento de V. Excª. não só para fazer retirar a força aqui destacada, como para dignar se marcar outro, em que deve ter lugar o ato das eleições que se suspenderão.

Deus guarde a V. Excª. Paço da câmara municipal da vila de S. Bernardo em sessão extraordinária de 11 de outubro de 1847 – Illmº. e Exmº. Sr. Dr. Frederico Augusto Pamplona 2º vice presidente desta Província. – João Baptista Ferreira dos Santos, presidente. – Antônio Nunes Vieira de Pontes, Antônio Manoel da Silva, Antônio José Pinto, Antônio Xavier Ribeiro, Francisco das Chagas d’Araújo e João de Oliveira Lima.

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jornal Pedro II de 1850

 

ELEIÇÃO PROVINCIAL

Candidato de Palácio – Equilibristas em 1850, padre Ambrósio, segundo jornal Pedro II.

 

Na Eleição para Deputados Provinciais: – Colégio Eleitoral das Russas.

(22 eleitores)

Padre Lino Deodato de Carvalho 22 votos;

Vigário Domingues Carneiro 20 votos;

Ignácio Ribeiro Bessa 10 votos;

Padre Ambrósio R. Machado 7 votos;

Padre Francisco Ribeiro Bessa 3 votos.

– Colégio Eleitoral de Quixeramobim.

(46 eleitores)

Padre Lino Deodato de Carvalho 4 votos;

Vigário Domingues Carneiro 21 votos;

Ignácio Ribeiro Bessa votos;

Padre Ambrósio R. Machado 40 votos;

Padre Francisco Ribeiro Bessa votos.

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Jornal Pedro II, 16 de março de 1850

 

Em 16 de março de 1850 segundo jornal Pedro II, o padre Domingues Carneiro foi candidato na Eleição Provincial no colégio eleitoral de Granja. Candidato pelo Palácio; Equilibristas.

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Jornal Pedro II, 25 de maio de 1853

             PORTARIA – Ordenando a câmara municipal de S. Bernardo, que em virtude da lei provincial nº 35 de 8 de novembro de 1852, que criou o distrito de paz na povoação do Limoeiro do termo desta vila, expedisse as precisas ordens ao juiz de paz da freguesia, para que convocando as pessoas de que tratavam os artigos 4, 5 e 6 da lei regulamentar das eleições, procedesse a eleição de juiz de paz para o referido distrito do Limoeiro, devendo a eleição verificar-se um mês depois da dita convocação segundo o disposto no art. 94 da lei citada.

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Jornal Pedro II, 26 de outubro de 1853

 

GOVERNO DA PROVÍNCIA

Continuação do extrato do expediente do dia 15 de outubro de 1853.

Comunicou-se ao chefe de polícia.

    Ofício – Ao Presidente da mesa paroquial de S. Bernardo. – Que para a mesa poder continuar a funcionar em regra, devia requisitar a câmara municipal cópia da qualificação, para se conhecerem  quais os quarteirões, que ficam encravados no distrito do Limoeiro, a cuja eleição se devia proceder.

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Jornal Pedro II, 4 de janeiro de 1854

O Vigário Joaquim Domingues Carneiro foi candidato a deputado da assembleia provincial da legislatura de 1854-1855. Ficou na suplência com 101 votos.

Em 10 de setembro de 1858 era deputado Provincial, soubemos a través de uma notícia no jornal O Cearense. Quando ele juntamente com outros deputados protestaram contra a aprovação do orçamento das câmaras, pois, tinham sido  aprovadas num breve espaço de meia hora. Pois era impossível aprovar em tão pouco tempo. Tinha que se fazer a chamada, a leitura da ata, a leitura do expediente, da lei do orçamento provincial e suas emendas. Tinha que ser votada a lei do orçamento das 28 câmaras da província com as respectivas emendas.

Então, protestaram contra a ilegalidade e caráter tumultuário deste procedimento, não d'Assembleia Legislativa, mas, daqueles seus membros que o praticaram.

            Assinaram este documento 8 deputados provinciais incluindo o Vigário Joaquim Domingues Carneiro.

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 21 de janeiro de 1855

Morreu no Sapé termo de São Bernardo o velho Manoel Furtado de Mendonça com 92 anos de idade, o qual tem 366 descendentes, dos quais são mortos 113, e vivos 100 filhos e netos, e 153 bisnetos.

Só casou uma vez esse homem.

(O Cearense, 26 de janeiro de 1855).

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          Joaquim Domingues Carneiro Nasceu em Pernambuco e faleceu em Russas a 9 de fevereiro de 1867. Pai do Desembargador José Joaquim Domingues Carneiro, Deputado Constituinte e Presidente do Poder em 1891. 

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Jornal O Cearense, 8 de agosto de 1854

  

S. Bernardo 1º de agosto de 1854

         Por falar de eleição ia esquecendo-me de umas. Creio que você saberá que as eleições do novo distrito do Limoeiro foram vencidas pelos Chimangos e foram feitas a parte das de câmaras, pois o que fizeram os Caranguejos? Pediram que se tornasse a unir o distrito, ao de que tinha se desmembrado, e, com efeito, apresentou o projeto n’assembleia e passou, porém, o Exmº. Sr. Dr. Vilella negou-lhe a sanção, e as eleições dormem até hoje sem serem decididas, já foram nomeadas o subdelegado e seus suplentes para o novo distrito, e, entretanto nada de juízes de paz. Basta por hoje. Sou &. 

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Correio Mercantil e Instrutivo, Politico, Universal (RJ) de 1856

         


    Foi nomeado – Tenente – Coronel – Comandante do Batalhão nº 9 da Guarda Nacional da Província do Ceará – Manoel Herculino da Cunha.

    Em 25 de novembro de 1862 passou o comando ao capitão Antônio Manoel Ferreira Maia, por motivo de doença independentemente de licença.

    Falecimento - Dizem haver falecido em sua fazenda Boqueirão no termo do Limoeiro Manoel Herculino da Cunha na idade de 71 anos.

    Não temos pormenores - apenas a dolorosa notícia que vem enlutar uma numerosa e distinta família.

    Damos pêsames aos nossos bons e leais amigos Srs. Felinto Herculino da Cunha, José Herculino da Cunha, Leôncio Herculino da Cunha,  Alípio Herculino da Cunha e Capitão José Joaquim Bezerra, filhos e genro do finado.

    Ao altíssimo rogamos pelo repouso de sua alma. Jornal Cearense - Fortaleza, 16 de setembro de 1888.

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Jornal O Cearense, 8 de janeiro de 1856

 

NOTICIAS LOCAIS

No dia 26 de dezembro de 1855 deu-se um fato horrível na povoação do Limoeiro: é o caso que estava um infeliz (João Luiz) preparando uns fogos busca-pés, etc e inflamou-se o que ele socava e comunicando o fogo a um barril de pólvora este estourou e matou ao mesmo João Luiz, a uma senhora que ficando muito queimada ontem também morreu; havia casado há poucos meses com um filho do Coronel Bessa e estava grávida; a explosão fez um estrago cruel na casa e pessoas que nela estavam, mas, ainda não se sabe a fundo a história.

Também a poucos dias quebrou-se uma trave do sobrado do vigário Joaquim Domingues Carneiro e lá veio abaixo grande porção de telhas e caibros, felizmente, porém, só um pedaço de telha feriu levemente uma pessoa de fora que ai estava.

Andamos assombrados com tantos casos funestos.

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Jornal o Cearense, 16 de setembro de 1856

            12 de setembro de 1856

Participo-lhe que tendo o Exmº. presidente da província marcado a povoação do Limoeiro para de fazer a eleição de juízes de paz e câmara no dia 7 de setembro por se achar a vila (São Bernardo das Russas) empestada da febre amarela, compareceram os chimangos da vila, ignorando a ordem do presidente e como não quisesse o juiz de paz da vila cumprir a ordem do governo, nem fazendo ali a eleição, nem indo para Limoeiro, foram os chimangos para o Limoeiro e ali com o juiz de paz do distrito Francisco Nunes Guerreiro fizeram a eleição. Os caranguejos estão danados, dizem que não vale a eleição e que vão já pedir ao presidente para mandar fazer outra; nós que, porém confiamos na imparcialidade do governo, duvido que faça tal coisa.  

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Francisco Nunes Guerreiro - Casado com Maria Francisca do Nascimento, ela faleceu com a idade 54 anos, em 7 de Março 1874, e foi sepultada em Limoeiro envolto em preto.

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Jornal Pedro II, 23 de janeiro de 1856

 

HORRÍVEL CATÁSTROFE

No dia 28 de dezembro próximo passado por ocasião de se estar uma porção de foguetes – buscapés – em casa do Rvd. Francisco Ribeiro Bessa, na povoação do Limoeiro deste município (S. Bernardo das Russas), aconteceu inflamar-se o foguete que se estava socando, comunicar o incêndio a um alguidar de massa preparada e depois a um enorme volume de pólvora depositado em um barril que se achava na casa e ocasionar assim uma explosão terrível que soando com pavoroso estampido, em distancia talvez maior de ½ légua em circunferência, arrombou o telhado, quebrou dobradiças, escalou portões e atirou as portas ao meio da rua, fazendo mortalmente a duas pessoas das mais notáveis que estavam presentes, a saber: Sr. João Ennes da Silva (o mesmo estava socando o foguete) e a jovem e virtuosa esposa do Sr. Arlindo Ribeiro Bessa, filho do nosso amigo o Cel. Bessa.

O primeiro, ou fosse por si mesmo, ou por ter sido impelido pela força da explosão, como é mais natural, achou-se de repente dentro de um quarto, ardendo em chamas e teve a coragem e presença de espirito de dar ainda alguns passos até a porta da rua, já estando com as feições inteiramente contraídas e desfiguradas, a pele negra e franzida, só lhe restando de todo o seu fato o colarinho em que se viam ainda luzir as últimas chamas do incêndio.

No dia seguinte e creio antes de se completar 24 horas, o Sr. João Ennes estava na eternidade. Preparou-se para a morte, recebendo os sacramentos e procurando no meio dos seus aflitivos padecimentos, as consolações espirituais da igreja; Deus o assistia, infundindo-lhe essa resignação evangélica, que, única pode fortalecer o homem em tão amargurados momentos.

O Sr. João Ennes era pessoa notável; ocupando por vezes, emprego de eleição popular, e em politica foi sempre fiel aos princípios do partido ordeiro da província; e se não teve uma vida exemplar, ao menos em sua morte apresentou o heroísmo do cristão. Em paz descanse sua alma, na graça e na luz do Senhor!

A moça sofreu menos da força e violência da explosão, do que das chamas que se lhe apoderaram das roupas, obrigando-a a acudir com as mãos e a aumentar cada vez mais o estrago, bem longe de diminuí-lo. Ela pode ainda correr para fora, como que em busca de socorro; mas, infelizmente quando se acudiu, quando se pode apagar o incêndio, já o estrago estava feito, já o fogo tinha lavrado uma grande parte do corpo, deixando-a quase sem esperança de vida; com tudo, como estivesse adiantada em gravidez, deu a luz a criança, ainda em estado de ser batizada e sentiu uma melhora considerável; até engravescendo mais e mais o seu estado morboso, deu a alma ao criador, no dia 1º deste mês e deste ano, depois de se haver fortalecida com a recepção dos sacramentos e piedosas consolações da Santa igreja. Deus que lhe deu as necessárias disposições para resistir a tão terríveis provas, não deixara de conceder-lhe a coroa da glória, que merecem suas virtudes e acerbíssimos padecimentos.

Entre as demais pessoas que se achavam presentes saíram algumas queimadas levemente e quase todas pelas diligências que faziam em apagar o fogo. Conta-se, porém, que algumas acharam-se na rua, impelidas pela força da explosão e sem que sofressem lesão alguma; e assim também que uma escravinha que ajudava no serviço dos foguetes, apenas ficou levemente queimada, apesar de se achar junto da massa de fogo. É o que me informaram.

É também para admirar que não havendo na ocasião a menor partícula de fogo e sendo o soquete de madeira, tivesse lugar à explosão que falamos. É de supor que alguns fragmentos da granada, mal moída, frisando-se uns aos outros pelo continuo movimento do soquete, feriram fogo no vão da taboca e ocasionaram o incêndio do foguete.

Finalmente, o que é certo é que uma terrível catástrofe infectou a povoação do Limoeiro, no tempo em que seus habitantes se preparavam para os prazeres e doçuras da festa, derramando a consternação e a dor no seio das famílias e causando muitos outros estragos que seria longo enumerar.

Quanto ao dono da casa, o Rvd. Francisco Ribeiro Bessa foi ele demasiadamente feliz em se achar ausente, no momento de explosão. Além do susto porque passou e da profunda mágoa que lhe causou a morte de seu amigo e de sua prezada sobrinha, teve ele não pequeno prejuízo, perdendo toda a roupa de seu uso e a maior parte dos utensílios da casa. Receba ele de minha parte os devidos pêsames por tão triste inopinado acontecimento.

Por aqui nada mais ocorre de novo. O estado sanitário é pouco lisonjeiro, porém, não tem apresentado grande alteração. Receio se a invasão da cólera, apesar mesmo de confiar no remédio do limão, ultimamente descoberto; e com muita razão se deve temer por aqui, ainda que o tal remédio fosse infalível; pois seria mais fácil aniquilar-se toda população debaixo de azorrague negro da cólera, do que apurar-se em todos os limoeiros do município uma garrafa de sumo de limão.

Se hoje as primeiras vistas de um governo ilustrado devem ser: obstar a invasão do cólera, nos lugares em que ele ainda não existe; e atenuar a sua força, nos lugares em que ele grassa, é claro que o nosso governo sabia e providente como é, deve mandar preparar esse grande remédio, mandando vir do Pará, e de outros lugares aonde há com abundancia, a fim de enviá-lo aos lugares da província em que houver falta dele, apenas se manifesta o mal. Assim se praticou com sabugo, cordeais e etc, no tempo em que grassou a febre amarela. Devemos confiar muito na providencia e depois dela nos esforços do Governo.

Adeus, meu amigo, até outro vez.

S. Bernardo, 3 de janeiro de 1856.

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Diário do Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1856

                                       ELEIÇÕES

    Em Russas o presidente tinha mandado que a eleição se fizesse na povoação do Limoeiro, por que reinava a febre amarela na vila. O juiz de paz da vila não quis ir para Limoeiro; o povo que ali compareceu fez a eleição com o juiz de paz do distri- to do Limoeiro. Ali venceram os chimangos; mas, consta que não valeram, porque já a folha do Governo disse que foi uma farsa e o próprio Sr. Pereira da Cunha já e- mitiu também esse juízo. 

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Jornal Pedro II, 9 de setembro de 1856

 

Continuação do expediente do dia 26 de agosto de 1856.

Comunicou-se aquele comandante.

       Ofício – Ao juiz de paz mais votado em S. Bernardo. – Que em resposta ao oficio que Smc. dirigira-se a presidência em data de 19 do corrente dizendo que pretendia a época das eleições para juiz de paz e vereadores nesse município, e pedindo que aprovasse essa resolução, que havia tomado em consequência do estado sanitário d’aquela vila, dizia que não aprovava esse ato, pelo que cumpria a dita eleição fosse feita no dia 7 de setembro próximo futuro, devendo unicamente por aquele motivo ser a eleição feita na capela filial denominada Limoeiro, o que lhe tinha por muito recomendado.

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Jornal Pedro II, 25 de outubro de 1856

 

GOVERNO DA PROVÍNCIA

Extrato do expediente do dia 27 de setembro de 1856.

         Ofício – A câmara de S. Bernardo. – Não tendo sido feito com antecedência da lei a convocação dos eleitores, suplentes e votantes que iriam concorrer para a eleição de vereadores desse município e de juiz de paz dos distritos dessa paróquia, tudo em consequência de haver sido marcado para a capela do Limoeiro o lugar em que deviam ser feitas as ditas eleições, e por tudo não se tendo ai procedido as ditas eleições, cumpre que Vmcs. tendo em vista o que se acha determinado nos artigos 4 e 5, e 91 da lei de 19 de agosto de 1840, expeçam as mais determinantes ordens ao juiz de paz mais votado dessa paroquia para que proceda as ditas eleições no dia 2 de novembro p. futuro, na mesma ocasião e lugar em que houver de ser feita a eleição dos eleitores dessa paroquia. Os eleitores e suplentes de que falam os citados artigos 4 e 5 da lei também citada devem ser igualmente notificados na forma do mesmo art. 4º. Cumpre porém dizer-lhes que as cédulas das diversas eleições, a que tem ai de proceder-se devem ser feitas e tomadas em separado, devendo não só estas como aquelas circunstancias serem expressamente declaradas nos editais de convocação, e bem assim na ocasião em que houver de ser composta a mesa paroquial competente, cuja organização terá lugar pelo novo sistema estabelecido no art. 1º & 1º do decreto nº 812 de 19 de setembro do ano passado, e decreto regulamentar nº 812 de 25 de agosto do corrente ano. Cumpram vocês as presentes ordens sob as penas da lei.

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Jornal O Cearense, 28 de outubro de 1856

                   Mais alguns atos de parcialidade do Sr. Pereira da Cunha.

No expediente no ultimo Pedro II, vem dois fatos oficiais que caracterizaram bem a administração do Sr. Cunha.

Um é a deliberação que sua Excª. tomou de anular sem mais audiência de outra parte a eleição feita na povoação do Limoeiro.

O Sr. Cunha tinha negado se ao pedido da câmara de Russas de transferir a eleição para outra época, e por causa da febre, que serviu de protesto ao pedido da câmara, mandou que se fizesse a eleição na povoação do Limoeiro.

Cumpriu-se a ordem do presidente: fez-se ali a eleição no dia 7 como mandou e com o juiz de paz do Limoeiro. Os caranguejos perderam a eleição; S. Exc.ª. sem mais exame anulou e mandou proceder a nova para 2 de novembro.

O fundamento que dá S. Exc.ª. dessa sua parcialidade é a falta de convocação dos eleitores e suplentes: mas, sabe com certeza que não se deu essa convocação? Depois essa falta não se deu em tantas partes, principalmente no Aquiraz?

Por que não tomaram iguais providencias para outros pontos?

Nos outros lugares onde se deram imensas faltas, ainda mais graves de que estas S. Exc.ª. não fez a menor reflexão, ou se teve alguma representação, enviou ao Governo.

A Russas sem representação e sem mais exame anulou.

A diferença é que nas Russas tinham vencidos os Chimangos e isso era um crime, que na opinião do Sr. Cunha dispensava qualquer discussão e nas outras, tinham vencidos os Caranguejos, o público que avalie.

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Eleições de 10 de novembro de 1856

                                 ELEIÇÃO DE S. BERNARDO

S. Bernardo 10 de novembro de 1856

Temendo nós apresentar a eleição feita no Limoeiro ao Sr. Pereira Cunha, por isso que sua sempre errada administração o tornava credor das suspeitas de que ele por fás ou por nefás poria de lado predita eleição, em que sua gente havia sido derrotada não obedecendo a sua mesma ordem, mandou ele proceder no dia 2 de novembro corrente juntamente com a de eleitores, as eleições de câmaras e juízes de paz e de feito nesse dia se apresentaram os eleitores e suplentes, formaram a mesa e principiou-se a farsa que esteve a mil maravilhas.

A mesa paroquial de S. Bernardo, meu amigo, exerce funções alheias, ou eu não entendendo a lei, por quanto chamou José Maria de Souza morador neste distrito e Cassiano de tal e ambos deixaram de votar porque a mesa disse que eles não moravam na freguesia, que se haviam mudado isto porque aqueles votantes, sendo liberais tinham plantação na freguesia do Aracaty onde passavam alguns dias do ano! Ora os votantes requereram que fossem aceitos os seus votos, pois estavam qualificados, eram moradores nesta freguesia e se iam ao do Aracaty, era por suas plantações, mostraram que quando mesmo estivessem mudados, o que se negava, que a mesa qualificadora cumpria elimina-los da qualificação; mas qual, tudo foi baldado, o plano era excluir a muitos dos nossos votantes, diziam que para não fazermos nenhum suplente! É muito.

Agora veja quanto difere um votante Caranguejo de um Chimango, foi chamado e veio à mesa votar um criminoso dos Caranguejos, os cidadãos presentes reconheceram e reclamaram que aquele homem era criminoso, que não deveria votar, o escrivão do crime que se achava presente disse que era verdade que constava de seus réus de culpados, o delegado de policia que também estava presente prendeu-o e acha-se recolhido na cadeia, mas o que pensa V. S. que se fez de sua chapa, provavelmente pensa que lhe entregaram outra vez, pois não, senhor, enganou-se, saiu o tal votante preso, porém um dos mesários a nada se dobrou e introduziu na urna os votos do criminoso.

Tanto descaro tanta fraude. Voltou enfim muita gente nossa por votar, por qualquer ninharia; da parte dos Caranguejos, porém votaram muitos por duas vezes, outros com nomes trocados e por fim vendo que não faziam juízes de paz em todos os distritos conforme desejavam fizeram votar muitos votantes do distrito de São João com três listas todas de juízes paz, figurando por fora uma para vereador, outra para juiz de paz e outra finalmente para eleitores, como tudo se verificou na contagem e querem apura-las todas! É bem de supor que esteja Vmc. enfadado de ler tanta protérvia, porém, tenha paciência que eu lhe conte ao menos mais uma. Conhecendo os nossos amáveis Caranguejos que perdiam a eleição de juiz de paz de Morada Nova por poucos votos, fizeram votar algumas pessoas mais do distrito da vila, na terceira chamada para juízes de paz daquele distrito, de forma que tendo nós contado a gente dali na contagem das listas conhecemos que havia listas demais, porém, o que fazer se foi com a sobra do distrito da vila, que nos iludiram?

Ainda tenho muito a lhe dizer de eleições, porém, paro aqui já aborrecido de narrar tantas deslealdades da gente do poder. Adeus até o seguinte correio em que lhe darei o resultado das eleições que se estão apurando.

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Almanak da Província do Ceará - 1857

         Joaquim Ribeiro Bessa por Portaria de 20 de janeiro de 1857 foi nomeado Alferes Porta Bandeira do Estado-Maior do Batalhão de Infantaria nº 9.

      FalecimentoJoaquim Ribeiro Bessa morreu na vila do Limoeiro em 20 de abril de 1874. Este Sr. era irmão do padre Bessa.

      O finado tendo nascido em 1809, viveu 65 anos, tempo que ele soube aproveitar na pratica de excelentes virtudes.

    Teve de sua virtuosa consorte, a Exmª D. Joanna Sebastianna da Rocha Pita, com quem casou-se em 1828, teve 10 filhos, dos quais existem 9.

   Tendo adoecido em 1870 de retenção de urinas que degenerou depois em frouxidão das mesmas, foi desenganado pelos médicos; isto causou-lhe grande impressão, e então, perdeu completamente a afeição das coisas terrenas, de sorte que nunca mais entrou na administração de seus bens, vivendo somente para as coisas de Deus. Jejuar, dar esmolas, fazer penitencia, mandar dizer missas foi sua ocupação única desde que adoeceu até quando morreu.

      Cristão verdadeiro, caráter sincero, ótimo pai de família, cidadão inofensivo e bem fazejo, era o capitão Bessa venerado por sua família e estimado por todos que a comunicavam. Parentes, amigos e a pobreza a quem tanto servia, todos o pranteam.

       Nós que só por tradição o conhecíamos sentimos profundamente a sua morte e dirigimos nossos sentidos pêsames a seu penalizado irmão nosso estimável amigo Reverendo Bessa e todos seus parentes. Segundo o jornal Constituição, 1º de maio de 1874.


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Jornal Pedro II, 13 de fevereiro de 1858

 

Aracaty, 30 de janeiro de 1858

Meu caro redator.

O João Francisco, conhecido aqui por Pitio 2º, muito se escandalizou, por ter eu honrado o seu nome, dizendo na minha última missiva que também se achou no conflito havido por ocasião da prisão do patrão-mor da Barra e publicou uma correspondência no Cearense maltratando o Dr. Caminha e o Sr. João Anselmo da Silveira Vidal, a quem atribui a paternidade de minhas pobres missivas e apresenta um documento para contrariar o que eu disse.

Ora dá-se o maior disparate querer João Francisco campar de homem de honra, dignidade e credito! Um pobre diabo que anda ai pela rua como um cão danado a morder a quem passa? Não me admira ele tão gratuitamente aqueles dois indivíduos, porque é seu costume.

O Sr. João Anselmo já deu-lhe a sua resposta conveniente, que corre impressa, e acredito que o Dr. Caminha fará também o mesmo; mas, a ser eu, portava-me de outra maneira, era com o silencia, que lhe respondia, porque além dele não merece essa honra, acresce que mão oculta foi quem lhe dirigiu aquele insulto, servindo João Francisco de instrumento, que nem  soube o que assinou. Como é um homem perdido e tudo lhe faz conta, alguém serve-se dele para maltratar a quem não merece. É isto e nada mais.

Apresenta ele uma carta com a respectiva resposta do Ilmº Sr. Dr. Farias Lemos, para provar que não tomou parte no conflito, ocasionado pela prisão de patrão-mor da Barra e com ela julga ter-se saído muito airoso! Quando os Srs. Dr. Lemos e tenente Pereira chegaram a porta de Luiz Chaves, com a sua presença cessou o furor dos energumes que promoviam a desordem e por isso não podiam saber quais os que haviam tomado parte no conflito e dado grito de morte contra os soldados. Quanto mais que eu disse que João Francisco tomara parte no conflito e sim que havia corrido com outros para lá.

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Jornal Pedro II, 13 de janeiro de 1858

 SUBDELEGO de :

Cachoeiro – João Nogueira Pinheiro Landim.

Aracaty – Porfirio Teofilo Alves Ribeiro

São João – Manuel da Cunha Pereira

Taboleiro d’Areia – José Felizardo Freire

Morada Nova – Eduardo Henrique Girão

Pereiro – Antônio Gomes Barreto

Caxaçó – Celestino Barros da Silva

Limoeiro – Joaquim da Costa Barros

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Jornal o Cearense, 19 de outubro de 1858

                                            Padre Ambrósio Rodrigues 


      Era filho do 1º alferes da Companhia de Maria Pereiro, 
Manoel Antônio Rodrigues Machado e Luzia Maria Pessoa e neto de Rodrigo Francisco  Vieira e Silva.

                          Deputado da antiga Província do Ceará
                                                 Biênio de 1835 - 1837
(Alamanak da Província do Ceará: Administrativo, Mercantil e Industrial - 1873).

    Faleceu - No dia 31 de outubro de 1878, aos 85 anos de idade em sua propriedade a fazenda Barra do Figueiredo, em São João do Jaguaribe, sendo sepultado na capela existente na localidade.

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Jornal Pedro II, 27 de janeiro de 1858

 

Sr. Redator

Por toda parte alega razão

E não se descobre paixão

Maxima.

Lendo o periódico Cearense nº 1090 de 12 do corrente deparei com uma correspondência assinada pelo cap. João Francisco Carneiro Monteiro do Aracaty, que julgou em seu furor diabólico, ferir-me assacando-me defeitos, que só ele conhece e que jamais será capaz de provar, para o que o desafio.

Um dos defeitos, que me imputa, o de falsificador de firmas de bilhetes correntes, constitui um crime e um crime gravíssimo que as leis do país tem tratado de punir com o merecido rigor: apresente-me pois, Sr. João Francisco, esse processo ou ainda mesmo documento judicial, que prove a existência desse crime, que eu vos qualificarei de verdadeiro.

Também vos lembrastes de me dar à paternidade das missivas do Aracaty, assinando-as como dizeis, ora com J. C. ora com K.; agradeço-vos a honra que me destes; mas, não posso aceitar essa paternidade, porque nunca tive jeito para escrever missivas e tanto mais que, para escrevê-las, era-me preciso tempo, e este me falta em virtude de minhas ocupações de caixeiro da casa Srs. Caminha & Filhos, cuja noticia me fizestes o favor de publicar pelo Cearense.

Eu, e vós somos bem conhecidos no Aracaty. A conduta que ei apresentado desde muitos anos a esta parte, e principalmente nesta cidade desde 19 de outubro de 1856, que entrei com minha família, é conhecida de seus habitantes: elas que me julguem e digam se me tenho comportado dessa infame maneira, que me imputais; se não tenho comunicado com todos e finalmente se me tenho envolvido nas dissensões da terra.

Outro tanto se não pode de dizer de vós, Sr. João Francisco, que tenho ouvido tratar a vosso respeito de coisas bem desfavoráveis, como seja esse apelido de Pitiu 2º e João Cafange, que a ser verdadeira a etimologia que vos deram daqueles nomes por certo, que muito e muito o desonra. Além disso, aquelas outras coisinhas que por ai se contam da casa do vosso avô o finado Manoel Francisco Ramos muito vos acreditam e fazem merecedor de uma boa reputação, dignidade e etc.

Respeito a historia, que contais da desavença entre mim e o meu mano Vicente Ferreira Vidal; mas, logo esperais por uma resposta digna de vós: ele mora no Crato aonde tem uma tipografia pela qual vos dará o que mereceis – quero dizer – descreverá as vossas belezas em frase mais clara, dirá essas verdades, que eu procuro encobrir para não descer como vós a baixa esfera de manivela. Enfim mostrara que vós sois um pobre diabo, um pedante, um bregueiro digno de uma camisola e casa de alienados.

De minha parte vos perdoo-o; porque não soubestes e nem ao menos lestes o que assinastes.

Aracaty, 18 de janeiro de 1858.

João Anselmo da Silveira Vidal.

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João Anselmo da Silveira Vidal 

(Nacionalidade Portuguesa).

Era casado com Carolina Emília da Silveira Vidal (Carolina Malagueta).

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Jornal Pedro II, 19 de março de 1859

 

 

Convida-se a todos os Senhores, que amam a leitura para serem assinantes do – ARQUIVO PITORESCO – jornal de literatura, publicado semanalmente em Lisboa, dedicado aos dois hemisférios Brasil e Portugal.

O primeiro volume deste jornal acha-se em mão de João Anselmo da Silveira Vidal aonde se poderá examinar o mérito que ele encerra, já nas gravuras, já na redação e papel, e já finalmente na execução tipográfica.

Além do volume da publicação no primeiro ano, tem mais três meses do 2º ano em brochura, para serem igualmente examinados.

Aracati, 12 de março de 1858

Preço da assinatura:

Por ano – Encadernado: 7$500

                   Em brochura: 6$000

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Jornal O Sol, 19 de agosto de 1859

 

Honrada Sala

Sessão do dia 19 de agosto de 1859, depois de julgar-se o objeto de deliberação um projeto do vigário Domingues Carneiro restaurando o distrito de paz no Limoeiro em São Bernardo.

Este padre goza de bom conceito, e é um dos caracteres mais distintos da honrada Sala.

O Dedo Duro que era muito critico com os companheiros e sempre os respondia em forma de versos, tinha muito respeito e lhe tinha a mesma simpatia.

Em 9 de agosto de 1859, foi lida uma petição da viúva Theofilo Ribeiro e filhos negociantes do Aracaty, para lhe conceder privilégio por 10 anos para somente sua casa comercial introduzir na província máquinas a vapor para melhoramento da agricultura e indústria fabril, que também foi mandada a comissão dos industriosos.

O Dedo Duro ouvindo ler a petição achou que devia prestar-lhe o seu apoio métrico dizendo:

Aracaty, torrão bemdito!

Terra de heroes afamado!

Sem ti este Ceará

Pouco valeria ou nada.

 

Esta assembléa que o diga

Onde só teos enviados

Com rasão chamar-se podem

Os nnicos deputados.

 

Tu es a brilhante pedra

Deste cearense anel,

Na politica balança

Sempre fazes bom papel.

 

Na carreira do progresso

Sempre tentas novos trilhos

Como os que fazem viúva

Theofilo Ribeiro e filhos.

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