Jornal O Cearense, 28 de outubro de 1856

                   Mais alguns atos de parcialidade do Sr. Pereira da Cunha.

No expediente no ultimo Pedro II, vem dois fatos oficiais que caracterizaram bem a administração do Sr. Cunha.

Um é a deliberação que sua Excª. tomou de anular sem mais audiência de outra parte a eleição feita na povoação do Limoeiro.

O Sr. Cunha tinha negado se ao pedido da câmara de Russas de transferir a eleição para outra época, e por causa da febre, que serviu de protesto ao pedido da câmara, mandou que se fizesse a eleição na povoação do Limoeiro.

Cumpriu-se a ordem do presidente: fez-se ali a eleição no dia 7 como mandou e com o juiz de paz do Limoeiro. Os caranguejos perderam a eleição; S. Exc.ª. sem mais exame anulou e mandou proceder a nova para 2 de novembro.

O fundamento que dá S. Exc.ª. dessa sua parcialidade é a falta de convocação dos eleitores e suplentes: mas, sabe com certeza que não se deu essa convocação? Depois essa falta não se deu em tantas partes, principalmente no Aquiraz?

Por que não tomaram iguais providencias para outros pontos?

Nos outros lugares onde se deram imensas faltas, ainda mais graves de que estas S. Exc.ª. não fez a menor reflexão, ou se teve alguma representação, enviou ao Governo.

A Russas sem representação e sem mais exame anulou.

A diferença é que nas Russas tinham vencidos os Chimangos e isso era um crime, que na opinião do Sr. Cunha dispensava qualquer discussão e nas outras, tinham vencidos os Caranguejos, o público que avalie.

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